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6 conexões entre brígida baltar | rosana bortolin

O planejamento docente no ensino da arte passa pela pesquisa e pela construção de relações entre produções de diferentes autores, lugares, tempos e contextos. Com 6 conexões entre nós propomos um diálogo entre duas obras de arte contemporânea, elencando conceitos-chave que sejam pertinentes aos dois trabalhos. A proximidade da obra com o conceito pode demarcar a referência maior àquele extremo da ligação, mas temos sempre pontos que se ramificam na relação, possibilitando a abertura para outras conexões no processo.


Relacionamos A coleta da neblina (1998-2002), de Brígida Baltar, com Ninhos (2004), de Rosana Bortolin. As palavras pensadas para a relação foram:


nesse caminho de conexão entre as obras pensamos:


no corpo como suporte da ação, porque na obra de Baltar existe a performance do ato de coletar as neblinas; mas também no corpo como vivência, pensando nas criaturas que vivem nos ninhos de Bortolin;

que a ação se faz presente pela prática de Brígida ao explorar a neblina como matéria e na ação de construção que Rosana simula dos animais em cerâmica;

que a paisagem coexiste nos trabalhos, pela exploração do espaço por Baltar e pela criação de novas moradias por Bortolin;

que nos dois trabalhos a natureza é transversal, num como lugar de execução da ação, noutro pela transposição de uma construção feita nela;

que o registro é lido de maneiras diferentes, na obra de Brígida pela fotografia que possibilita revisitar o momento de coleta das neblinas e na obra de Rosana pelo registro do ação dos animais que é simulada na construção do ninho feito em cerâmica;

e no abrigo dentro da obra de Brígida que está nos recipientes que guardam as neblinas e nos ninhos de Rosana que representa o conceito de moradia.



sobre as artistas:

Brígida Baltar (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1959). Artista multimídia. No fim da década de 1980, frequenta a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage). Participa do Grupo Visorama no Rio de Janeiro. Nessa época, cria a obra Abrigo, em que projeta a forma do seu corpo escavada na parede de sua casa-ateliê, e a série Estrutura, na qual emprega tijolos para compor as obras. Frequentemente capta suas ações em fotografias e filmes curtos, como no projeto Umidades, realizado entre 1994 e 2001, com base na coleta de elementos naturais e transitórios, como neblina ou orvalho, em excursões que faz à serra das Araras ou à serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. Apresenta na 25ª Bienal Internacional de São Paulo, em 2002, o trabalho Casa da Abelha, composto de fotografias, vídeos e desenhos. No fim desse mesmo ano, apresenta a exposição Coleta da Neblina, no Museum of Contemporary Art (MOCA), em Cleveland, Estados Unidos. Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural. Mais informações: https://nararoesler.art/artists/34-brigida-baltar/


Rosana Bortolin (Passo Fundo/RS, 1964) Artista visual, professora, extensionista e pesquisadora (Grupo de Pesquisa Articulações Poéticas) do DAV/CEART/UDESC. Licenciada e Bacharel em Desenho e Plástica; e, Especialista em Cerâmica (Latu Sensu) pela Universidade de Passo Fundo/RS, com a monografia “Oleiros: profissão em extinção”; Mestre em Poéticas Visuais (Strictu Sensu) pela Escola de Comunicação e Artes – ECA/USP, com a Dissertação “Ninho, casa e corpo”; Doutoranda em Investigación y Creación en Arte Contemporâneo, na Universidade do País Vasco-UPV; realiza estágio de doutoramento europeu na FBAUL-Lisboa, onde pesquisa as artistas Ana Mendieta e Celeida Tostes e as relações da vida e obra das artistas, a partir do viés feminista com sua própria poética. Desenvolveu as séries artísticas Ovóides, Guardiões, Alguidares, Habitar Ninhos, Profano-Sagrado e Organismos. Reside e trabalha em Florianópolis, SC, desde 2002. Fonte Choque Cultural. Mais informações: https://www.choquecultural.com.br/pt/2020/10/17/rede-choque-apresenta-rosana-bortolin/


imagem 1: Brígida Baltar - A coleta da neblina (1998-2002)

imagem 2: Rosana Bortolin - Ninhos (2004)

imagem 3: Rosana Bortolin - Ninhos (2004)

imagem 4: Brígida Baltar - A coleta da neblina (1998-2002)

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