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didática bruta


Muros (Barreiras ou segurança) (2021)

Livros didáticos, arame farpado, cacos de vidro e cimento

40x33x26cm


Muros (Barreiras ou segurança) (2021)

Livros didáticos, arame farpado, cacos de vidro e cimento

40x33x26cm


Sem Título (2020)

Livro didático e algemas

27x25x10cm


Sem Título (2020)

Livro didático e algemas

27x25x10cm


Jogo da forca (2017)

Lousa, corda e livros didáticos


Jogo da forca (2017)

Lousa, corda e livros didáticos

Biblioteca (2017)

Livro, corrente e cadeado

30x22x16cm



Didática Bruta é uma série de trabalhos que abordam as relações entre violência e educação que surgiu a partir da minha prática como professor em escolas da rede municipal de educação no bairro de Bangu, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, onde se encontra um dos maiores complexos penitenciários da América Latina. Em minha vivência nessas escolas pude perceber que o constante clima de violência das comunidades em conflito ao redor se faz notar dentro das próprias unidades escolares, inclusive visualmente, a começar pela arquitetura que muito se assemelha a dos presídios vizinhos, passando pelas formas de violência pedagógica, seja pelas instalações precárias, por castigos, punições e currículos pouco atrativos ou inclusivos.


A partir deste cenário, utilizo os materiais e instrumentos comuns ao ambiente escolar, que simbolizam a educação e o conhecimento, para criar objetos, retratos e fotografias de forma a espelhar essa constante tensão, apresentando um olhar sobre como a violência se impõe esteticamente nesses lugares.


O uso dos livros, apresentados de diversas formas desde o início dessa produção, se dá principalmente pelo simbolismo do objeto como signo do conhecimento, mas que, por outro lado, reforça as formas de violência e negligência intelectual e pedagógica presente nas escolas. O livro tanto exerce fascínio em alguns estudantes quanto certa ojeriza em outros. As relações que se estabelecem com os livros e a leitura frequentemente é problemática, seja pela defasagem educacional no letramento, seja pela disputa de interesse com os dispositivos eletrônicos. Assim, os livros se apresentam em minhas obras como objetos indiciais de situações vivenciadas no cotidiano, como registros das experiências dos alunos nessas condições elencadas.


Mais obras da série Didática bruta estão em: https://alexandrepaesstudio.hotglue.me/



sobre o autor

Alexandre Paes, Niterói, 1978 – Artista plástico e professor, é mestrando e graduado em Artes Plásticas pela UERJ e complementou sua formação com cursos na EAV Parque Lage. Atualmente desenvolve pesquisa estético-pedagóciga sobre o universo escolar dentro de comunidades em situação de violência deflagrada.


Dentre suas principais exposições estão Suburbanidades, MAC– Niterói - RJ (2021), Como Não Subir Uma Escada, Paço Imperial, Rio de Janeiro - RJ (2021); II Montagem Póvera, Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, Juiz de Fora - MG (2020), Salão de Outono da América Latina, no Memorial da América Latina, São Paulo - SP (2017); Arte Londrina II, Londrina – PR (2014); Terceira Mostra Aprofundamento Parque Lage, RJ (2013); Arte Pará, Belém - PA (2012); Novíssimos, RJ (2011).




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