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sobre a pesquisa: sala de aula, arte e celular

investigação do uso das novas tecnologias em sala de aula no ensino médio, especificamente nas aulas de arte, e aproximações entre arte e tecnologia


Sobre a pesquisa: "Potencialidades do uso do celular no ensino da arte: Uma reflexão a respeito da juventude, da escola e do ensino da arte contemporânea", desenvolvida como trabalho de graduação no curso de Licenciatura em Artes Visuais na UFES, sob orientação da Profa. Dra. Julia Rocha



Permeada por inquietações a respeito do uso do celular na minha vivência como aluna do ensino médio (2012 - 2014) e sobre como isto vem sendo algo crescente, fiquei instigada a pesquisar a respeito dos reflexos da inserção desse aparelho nas salas de aula. Visando compreender melhor o contexto, a pesquisa buscou refletir o uso do celular especificamente nas aulas de arte de ensino médio no estado do Espirito Santo entre os anos de 2018 e 2019.


Quais são as mudanças sociais causadas a partir do uso exponencial do celular? Como a juventude lida com as novas tecnologias? Como a escola é atravessada por essas questões e quais são suas respostas? A inserção das novas tecnologias propõe um novo olhar ao universo da arte? E da arte/educação? Estes foram alguns dos questionamentos latentes na pesquisa. Para buscar compreender as mudanças sociais apresentaram-se algumas das características da sociedade contemporânea a partir de Jonathan Crary (2014) e Jorge Larrosa (2002).


Para entender melhor o enfrentamento entre a escola e as novas tecnologias foi necessário conhecer os sujeitos que criam esse conflito. Quem são os estudantes do ensino médio e porque o celular adentra a sala de aula. A pesquisa procurou compreender quais eram os interesses dos jovens, as questões que permeiam suas vivências, suas inquietações e sua relação com as novas tecnologias a partir de Juarez Dayrell (1999; 2009) e Pedro Abrantes (2003). Identificando aspectos próprios da juventude.


Quando se investigou a relação entre os jovens e a escola apontou-se aspectos do contexto escolar dissonantes da vivência dos jovens, por meio de Viviane Mosé (2015) e Julia Rocha (2018), seja pelo espaço físico, pela estrutura de poder estabelecida ou pelas metodologias desconectadas com a realidade dos jovens na contemporaneidade. Foi possível analisar também essas desconexões a partir do documentário “Espero tua (re)volta”, dirigido por Eliza Capai (2019), onde os jovens reorganizam o espaço escolar e propões novas formas de metodologias fundamentado em seus interesses.


Como a arte/educação e a tecnologia se encontram? Apontaram-se aproximações entre as novas mídias digitais e o ensino da arte, fundamentado a partir de Lucia Gouvêa Pimentel (2007), Diana Domingues (2009) e Michael Rush (2006). A construção do ensino da arte no Brasil é revisitado com base em Maria Helena Wagner Rossi (2009), para entender em que contexto estamos e para onde podemos emergir.


Para isto se fez necessário mapear o contexto em que as escolas estaduais de ensino médio do Espirito Santo estavam inseridas. Alguns professores da rede foram entrevistados para compreender melhor como as novas tecnologias estavam presentes nas escolas, quais as possibilidades de acessos e restrições e como os professores encaram esse tema.


A partir dos dados obtidos nas entrevistas foi possível pensar em possibilidades do uso do celular nas aulas de arte. Buscou-se uma tentativa de aproximação entre arte/educação, arte e tecnologia, seja pelo uso do aparelho sem o auxílio da internet, ou através da conexão e uso de aplicativos interativos, como a proposta do coletivo made in China, ou mesmo trabalhando referências de artistas que pensam os reflexos do uso desse dispositivo nos dias atuais presente nas produções de Eva e Franco Mattes.


Eva and Franco Mattes - Riccardo Uncut (2018)


Made in China - Aplicativo de realidade aumentada (2019)


A pesquisa foi feita pouco antes da pandemia, onde a escola precisou inserir a tecnologia para sua prática continuar acontecendo. Portanto, vários novos questionamentos podem ser apontados a partir dessa inserção abrupta, visto que o uso do celular hoje é uma necessidade para o acompanhamento das aulas. Mas será que o uso do celular tem sido por meio de suas potencialidades ou suas fragilidades tem sido reforçada? Como a escola tem adaptado suas práticas nesses espaços virtuais? Estes são alguns dos questionamentos que já vinham sendo feitos ao longo da pesquisa e que agora parecem ressignificados a partir do contexto pandêmico e da entrada forçada da tecnologia nos processos de educação.


sobre a autora:

Any Karoliny Wutke Souza é professora de artes no ensino básico da rede municipal de Serra - ES. Licenciada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Participa do Grupo de Pesquisa Entre - Educação e arte contemporânea (CE/UFES). Realiza pesquisa e tem interesse na área do ensino da arte e arte contemporânea e as relações desses campos com as novas tecnologias.


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