O trabalho parte dos textos de apresentação das três edições mais recentes da Bienal de São Paulo, com a seleção de palavras recorrentemente adotadas nas escritas curatoriais. Recortes realizados nos textos “Sobre a Bienal” agora formam duas imagens, exibidas lado a lado. A primeira consiste em uma nuvem de termos que não comunicam nada sobre as exposições, mas demonstram verbetes usualmente adotados pelos curadores. Ao lado, um novo texto é formado com as palavras remontadas, construindo uma frase que propõe pensar sobre os entraves no acesso ao sistema da arte contemporânea por parte dos públicos. 

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Com o exercício para um texto curatorial, Julia Rocha explora a palavra como materialidade para remontar os textos construídos e sugere uma crítica ao modelo como usualmente o discurso curatorial comunica somente para uma esfera erudita do público, tomando um vocabulário próprio do campo e não direcionando esse recurso de mediação aos visitantes de forma geral. 

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A montagem do trabalho na exposição Lócus desviantes busca identificação com o modo como os textos curatoriais são apresentados nas exposições e sua instalação próxima ao contexto onde se realizam as disciplinas voltadas para formação da linha de teoria e história da arte, no prédio do Cemuni V, pensa justamente na possibilidade de distanciamento entre discurso e públicos na história das exposições.