Uma carteira escolar toda preenchida com símbolos gráficos da pixação do Gentil instalada em um dos corredores do Edifício Paulo Freire, na Ufes.

 

Esse espaço que concentra os estudos de Pedagogia agora encontra em seu corredor um objeto que desfigura a organização regulamentar das instituições de ensino. Não somente pelo gráfico normalmente proibido e considerado um crime ao patrimônio, mas também por estar instalada de forma inconveniente, gerando de longe uma imagem que contrasta com o planejamento rigoroso que organiza esse lugar. Um objeto que não só acomoda o aluno, mas que de algum modo controla os indivíduos, agora auxilia a construir a imagem de abandono e hostilidade pelas regras estabelecidas.

 

Um fragmento de caos onde se impõe ordem é compreendida pelo autor como reivindicação da flexibilização do regimento interno das instituições de ensino em nome da liberdade criativa, do desenvolvimento e da valorização do conhecimento plural. Já que modelos de organização rígidos constroem limites que alcançam de forma negativa o direito individual, também a livre manifestação de pensamentos constroem narrativas conflitantes como a do conhecimento adquirido externamente com as culturas regionais.